Novas diretrizes para o diagnóstico da alergia à proteína do leite de vaca

Em entrevista exclusiva à revista CRESCER, o especialista em alergia e pneumologia pediátrica Alessandro Fiocchi, professor da Universidade de Milão, na Itália, alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento corretos da alergia comum em bebês e crianças. Confira:
ser um pedaço de bolo, um iogurte ou até o cheiro do leite sendo fervido no fogão. Se o seu filho sofre de alergia à proteína do leite de vaca, você vai notar alguns sintomas após ele ter contato com o alimento. Mas do surgimento dos primeiros sinais de alergia ao diagnóstico em si, pode-se levar até quatro meses. Isso porque os sintomas podem levar minutos, horas e até mesmo dias para aparecer. Tanta demora pode trazer problemas ao desenvolvimento do bebê. Para alertar os pais sobre essa doença, que atinge 1 a cada 20 bebês no mundo, CRESCER conversou com o
especialista em alergia e pneumologia pediátrica Alessandro Fiocchi, professor da Universidade de Milão, na Itália, que está no Brasil para participar do II Simpósio Internacional de Alergia Alimentar. Nessa entrevista exclusiva, ele fala sobre as novas diretrizes para o diagnóstico, de acordo com a Organização Mundial de Alergia.


CRESCER: Quais são as novas diretrizes para diagnosticar a alergia à proteína do leite de vaca (APLV)? O Brasil vai adotá-las?

ALESSANDRO FIOCCHI: A partir de agora, quando a criança apresentar sintomas de alergia, o primeiro passo continua sendo analisar toda a história do paciente. É importante dizer ao médico qual foi a dose do alimento, quais são os sintomas apresentados e em quanto tempo eles aparecem após a ingestão do alimento suspeito. Então, são feitos os exames cutâneo e o sanguíneo. Se a suspeita for confirmada, é essencial realizar o teste de provocação oral para fechar o diagnóstico, ou seja, oferecer o alimento à criança e analisar a reação. Isso só deve ser feito em hospitais com estrutura para emergências, no caso de reação grave. Em asmáticos, o exame só pode acontecer próximo a uma unidade semi-intensiva, com o paciente já com acesso venoso. No Brasil, a prática do teste de provocação oral já é conhecida e será adotada.

C: Quais são os principais sintomas que os pais devem prestar atenção?
A. F.: São problemas cutâneos, como urticária, eczemas e dermatites, gastrointestinais, como vômitos, cólicas, diarréia e também respiratórios, como anafilaxia, dificuldade para respirar, asma, bronquite e o fechamento da garganta, impedindo a respiração. Eles podem acontecer ao mesmo tempo. A longo prazo, a criança pode sofrer retardo no desenvolvimento, como baixo peso e estatura.

C: Em qual idade os primeiros sintomas costumam aparecer?
A.F.: No primeiro ano de vida do bebê. A grande maioria acontece após a criança ter contato direto com o leite de vaca. Mas existem casos em que o bebê desenvolveu alergia durante a amamentação devido à alimentação da mãe que incluía leite de vaca.

C: Qual é o tratamento mais indicado?
A.F.: Quando diagnosticado, o tratamento é a eliminação do leite e todos os seus derivados da dieta da criança. Para substituí-lo sem perdas nutricionais, a melhor escolha são os leites hidrolisados, vendidos em farmácias. Na maioria dos casos, a APLV desaparece naturalmente. A grande maioria dos alérgicos passa a tolerar o leite de vaca por volta dos 5 anos, mas existem casos em que o problema continua até a fase adulta.

C: Existe alguma forma de prevenção?
A.F.: Os cuidados devem começar ainda na gravidez. Incluir alimentos ricos em vitamina A, D ácido fólico na dieta ajudam a prevenir alergias no bebê. Novos estudos mostram que a restrição de alimentos como peixe, ovo e amendoim não previne nenhum tipo de alergia no feto. Após o nascimento, a amamentação é a melhor forma de evitar problemas. Se possível, amamente a criança até os 6 meses de forma exclusiva. Se não puder, ofereça fórmulas (leite em pó) específicas para bebês de acordo com a faixa etária. O leite de vaca entra na alimentação somente a partir do primeiro ano completo
A umidade do ar fica abaixo de 20% em 11 estados. Bebês alimentados exclusivamente no peito devem mamar mais vezes ou até mesmo beber água. Veja essa e outras dicas para amenizar o desconforto dos pequenos.
Ana Paula Pontes e Bruna Menegueço
Frutas, como a melancia, ajudam na hidratação das crianças

Tempo seco nos próximos dias. Você certamente já ouviu essa notícia. E ela não vai mudar, por enquanto, nas regiões sudeste, centro-oeste, norte e nordeste, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), onde a umidade relativa do ar pode chegar a 20%.
A baixa umidade do ar traz problemas, principalmente para as crianças, que podem apresentar desde aquela tosse chata até irritação nos olhos. Esse são alguns sinais de que o organismo está sentindo o ressecamento do ar.

“Atualmente, uma em cada cinco crianças têm algum tipo de alergia, e, quando o tempo fica seco, as alérgicas, que têm rinite ou asma, por exemplo, são as que mais sofrem com os desconfortos respiratórios”, diz Cid Pinheiro, coordenador de equipe de pediatria do Hospital São Luiz e professor-assistente do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da Santa Casa. Tosse, coceira no nariz (em crianças menores pode até ocorrer casos de sangramento nasal), espirros, garganta seca e falta de ar são as manifestações respiratórias mais comuns. “A mucosa ocular também sofre. Os olhos podem coçar e ficar vermelhos", diz Cid.

Hidratação reforçada para bebês e crianças

Em primeiro lugar, fique atento com a hidratação das crianças. “É fundamental oferecer bastante líquido, em especial para os bebês. Com o tempo quente e seco, as crianças desidratam rápido, o que é muito grave", diz a pediatra e pneumologista Patrícia Furlan. Se o bebê mama apenas no peito, convém oferecê-lo mais vezes. "Em algumas regiões muito secas, porém, pode ser preciso dar à criança um pouco de água (mineral ou água potável fervida) também nos intervalos entre as mamadas", completa a pediatra Tânia Shimoda, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ainda assim, o ideal é conversar com o pediatra antes de oferecer outros líquidos às crianças alimentadas exclusivamente com leite materno.

Água, sucos e chás são boas opções. Mas alguns alimentos são também importantes. De acordo com Milton Mizumoto, nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), frutas ricas em líquidos, como melão e melancia, devem fazer parte do cardápio. Laranjas e outras que têm vitamina C são aliadas para reduzir as crises de rinite, mais frequentes com a baixa umidade. Alguns alimentos, no entanto, devem ficar longe do cardápio de filhos e pais, caso das frituras e industrializados. Abuse dos legumes e verduras no preparo da comida das crianças.

“Colocar soluções fisiológicas no nariz da criança e fazer inalações somente com soro ajudam a aliviar o desconforto respiratório”, diz Cid. Se a irritação for nos olhos, vale pingar algumas gotas de soro e fazer uma limpeza para umidificar o local. Em casa, a higiene do ambiente com pano úmido no chão e nos móveis é fundamental para eliminar o acúmulo de poeira e evitar crises de alergia. Outra dica é deixar baldes de água no quarto das crianças durante a noite, para aumentar a umidade do ar. Atividades ao ar livre também são desaconselhadas entre 11 e 16h, pois além de o sol estar quente, o tempo fica mais seco nesse período.

Hora de procurar o médico

Se a tosse da criança vier acompanhada de febre e falta de ar, é preciso consultar o especialista imediatamente, porque o ressecamento das vias aéreas pode provocar crises de alergia, como asma, por exemplo.
O mesmo procedimento deve ser feito caso os olhos da criança permaneçam irritados por mais de três dias, mesmo depois da higienização com o soro.

Jantar bem iluminado

Alimentos e enfeites devem ser o foco da luz na sala de jantar
Foto: Reprodução do site do arquiteto Ricardo Boffil
Sala de jantar da casa OZ, projetada no
Japão pelo arquiteto Ricardo Boffil


A sala de jantar é um ambiente social e íntimo. Nela recebemos formalmente ou vivemos o encontro diário da família. Assim, os locais específicos que temos que iluminar são a mesa e o bufê (ou aparador).

Na mesa, a luz deve alcançar os limites do móvel, sem avançar sobre as pessoas que estão sentadas à sua volta. O foco aqui são os alimentos, os pratos e o enfeite central. No bufê, o princípio é o mesmo.

Em ambos os casos, pode-se usar luminárias embutidas, com lâmpada de facho preciso, distribuídas de acordo com o formato do móvel.

Uma maneira clássica de iluminar a mesa é usar pendentes, preferencialmente, que não ofusquem. Este deve estar pelo menos a 70 cm acima da superfície, para não barrar a visão da pessoa que estiver sentada à sua frente.
O aparador também pode ter um toque especial quando iluminado por abajures. Distribuir pontos embutidos nos quatro cantos da sala reduz o efeito dramático da focalização precisa.
Mirna Zambrana

Construa e reforme com planejamento

Tenha um aquário em casa

Saiba como escolher, instalar e cuidar do aquário ideal para enfeitar o ambiente
Os aquários devem ficar longe das janelas para
não provocar o aparecimento excessivo
 de algas e o aquecimento da água



Além levar um pouquinho da natureza para dentro de casa, os aquários são um importante elemento decorativo, ganhando, muitas vezes, posição de destaque no ambiente. Daí a necessidade de serem pensados com cuidado para não destoarem do estilo da casa. Que o diga Clô Souza e Silva, personagem de Irene Ravache na novela global "Passione" que, após conseguir mudar-se do Cambuci para uma casa no bairro do Jardim América - ambos em São Paulo -, se depara com a dificuldade em encaixar o aquário de estimação de seu marido Olavo, vivido por Francisco Cuoco, à nova decoração.

Nessas horas, escolher o formato, o material - vidro ou acrílico -, o tamanho e o acabamento do aquário, além do local em que ele será instalado é essencial não só para não destoar do projeto e da proposta de decoração, mas também para garantir uma vida saudável aos peixes.
“É possível encontrar desde os modelos tradicionais, como globos e retangulares, aos confeccionados sob medidas e com formatos diferenciados, como os sextavados e com vidro curvo”, diz Nicolas Lory, assistente técnico da Dream Fish.
Porém, independentemente do modelo escolhido, é importante lembrar que no aquário existirá um pequeno ecossistema que precisará de espaço e de alguns itens fundamentais para se desenvolver adequadamente.

Onde colocá-lo?
Antes da compra, é preciso planejar quantos peixes adultos – lembre-se que eles são vendidos, geralmente, ainda jovens - serão acomodados no aquário para saber qual o tamanho ideal. “São muito os fatores que interferem no tamanho exato do aquário, como temperatura, quantidade de oxigênio dissolvido na água, espécies de peixes, tipo de filtragem...”, afirma Lory.
Uma fórmula relativamente simples é calcular 120 cm² de superfície de água para cada centímetro de peixe. Assim, um peixe de 6 cm necessitará de 720 cm² de superfície de água, o que equivale a um quadrado de 27 x 27 cm da superfície total do aquário. “Porém, essa fórmula é limitada porque ignora a profundidade do aquário, visto que é calculada pela superfície”, avisa o técnico aquarista. “O ideal mesmo é consultar uma loja especializada", completa.
O local no qual será disposto é outro aspecto que merece atenção. “Evite lugares próximos a janelas ou com iluminação direta, pois pode provocar o aparecimento excessivo de algas e o aquecimento da água”, alerta Nassim Cauê, aquarista do Aquário do Brasil.

Recurso vital
Para aquários de água doce, utilize água de torneira com condicionadores para eliminar cloro e metais pesados. Atenção: A água mineral não é indicada pois é uma solução diluída em sais minerais, prejudiciais ao ecossistema.
Em aquários marinhos, segundo Sandro Di Frederico, proprietário da Aquallun, usa-se água deionizada (processo de remoção dos íons) para evitar a proliferação de algas indesejadas.
O uso de detregentes é proibido, pois podem contaminar
a água ou esponjas, que podem riscar o vidro


Limpeza
“É muito importante escolher um sistema de filtros adequados para o volume de água e trocá-los periodicamente. Além disso, o próprio ecossistema presente no aquário cria uma filtragem biológica que elimina resíduos orgânicos tóxicos”, afirma o especialista da Dream Fish.

Mesmo assim, é primordial trocar a água a cada 15 dias – no caso de água doce – e uma vez por mês – no caso de água salgada -, pois há elementos que os filtros não conseguem remover. “A manutenção consiste em troca da água, limpeza dos filtros a cada dez dias e sifonagem (processo de separação de substâncias por desnível, com a ajuda de um sifão) para retirada de dejetos. É importante destacar que se pode retirar apenas 1/3 do volume de água e o recipiente deve ser abastecido com líquido na mesma temperatura para evitar choque térmico”, alerta o profissional do Aquário do Brasil.

“Os vidros devem ser limpos com panos umedecidos. Não utilize detergentes pois podem contaminar a água ou esponjas, que podem riscar o vidro”, completa Frederico.
Os aquários com plantas requerem um cuidado diferenciado. “Normalmente é preciso aplicar injeções de CO2 para nutrir as espécies vegetais aquáticas e instalar uma iluminação apropriada para não agredir as plantas. Também deve ser feita poda periódica a fim de evitar sombra sobre os exemplares menores”, diz Lory.

Manutenção
Pensa que os cuidados param por aí? Então fique atento às próximas dicas. O aquário não deve receber iluminação por mais de nove horas para oferecer as condições ideais aos seres vivos. Além disso, é preciso instalar termostatos para manter a temperatura correta, que muda conforme a espécies do cardume. “Em aquários tropicais, com peixes como o acará disco ou bandeira, devem permanecer em torno de 28 graus. Para carpas, a temperatura é de aproximadamente 25º C”, revela o profissional da Dream Fish.

Custo
Anotou todas as dicas? Agora programe-se para a compra. O valor vai depender das dimensões e equipamentos escolhidos, podendo variar de R$ 140 a R$ 3.000.
Roberta Piacenti, especial para o iG São Paulo

A mistura perigosa dos medicamentos

Tomar remédio com suco de laranja ou combinar com outras pílulas pode trazer riscos à saúde

O remédio para a pressão alta pode resultar em uma combinação perigosa se tomado na companhia de um suco de laranja. A pílula anticoncepcional também perde a eficácia se for ingerida junto com antibiótico. Sabe o que pode acontecer se misturar antidepressivo com descongestionante nasal? Prisão de ventre.
O mundo dos remédios tem regras próprias “antimistura”, quase todas desconhecidas pela maioria da população. Por isso, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) fez um alerta para a combinação de risco de alguns remédios com sucos, refrigerantes, chás ou outras medicações.
Segundo Rogério da Silva Veiga, coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF/SP e consultor do Conselho Brasileiro de Fitoterapia, a grande responsável para aproximar os perigos da mistura de medicamentos é a automedicação

“Tudo o que administramos em nosso corpo (inclusive alimentos) pode promover efeitos benéficos e maléficos de intensidade e natureza variáveis, no entanto, quando somos cuidadosos e buscamos a devida orientação, a promoção de uma boa saúde e qualidade de vida é garantida”, diz Veiga. “A orientação por profissionais (farmacêuticos, médicos, nutricionistas, naturólogos, biomédicos) competentes e atualizados é indispensável, pois a envolve a racionalidade a partir de conhecimentos farmacológicos e toxicológicos”, diz.
O Sistema Nacional de Informação Toxicológica (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), em seu último relatório alertou que os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicações e envenenamentos, superando agrotóxicos, venenos e drogas. Em um só ano, foram relatados 34 mil casos e parte deles pode ter sido potencializada por misturas de risco.
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, diz que a cultura da automedicação é enraizada no povo brasileiro. Para ele, o fato das pessoas buscarem indicações de medicamentos com os vizinhos, amigos e familiares faz com que muitas não recebam informações importantes por parte dos farmacêuticos e médicos.
“O intuito sempre é de ajudar quando há indicação de uma medicação. Influenciar uma pessoa a tomar um medicamento pode até ser fatal. A recomendação especializada é indispensável.”


Algumas misturas de risco


Anticoncepcional + antibióticos = o antibiótico reduz drasticamente o efeito do anticoncepcional.
Antiespasmódicos (contra gases) + broncodilatadores (para asma) + (ou) descongestionantes nasais + (ou) antidepressivos + inibidores de apetite = a combinações de dois ou mais dos medicamentos acima causa maior excitabilidade do sistema nervoso central, boca seca, constipação do intestino e aumento da freqüência cardíaca.
Antiinflamatório + diurético = o antiinflamatório inibe o efeito do diurético.
Chá de camomila + Acido acetilsalicílico = pode levar a sangramentos.
Remédio para pressão alta + suco de laranja = diminui em 49% a eficácia do remédio para baixar a pressão.
Medicamento + erva de São João = a erva diminui a eficácia do medicamento.
Fonte: Ig Delas