A poética da leveza
Brinque sem medo com cadeiras diferentes em torno da mesa de jantar


Arranjo de Veneza Souzedo, da The Flower Power, e bolas de vidro de Jacqueline Terpins
 adquiridas na Benedixt. A namoradeira, ao fundo, é do acervo, e a manta e as almofadas, do Empório Beraldin.

Um passo para o interior do apartamento aulistano e a sensação é
de ser abraçado pela vista generosa de quase 180 graus que acompanha a área social. A visão é tamanha que se pode avistar, em pleno cruzamento movimentado do Jardim Paulistano, do bairro de Pinheiros, na zona oeste, à Moema, na parte sul. “Eles compraram a vista”, adianta a decoradora Eliana Lisboa, autora do projeto, juntamente com as arquitetas Flávia Weinscheck e Letícia Werneck, sobre o investimento dos moradores. Mirando para baixo, os olhos caem rapidamente no azul vivo da piscina de um dos clubes mais famosos da cidade, e o corpo sente aquela vontade de descer para umas braçadas – desejo aguçado pelo calor que, no dia das fotos, registrava 35 graus de puro sol. Mas a temperatura aqui dentro é outra: a refrigeração central e automática pontua todos os cantos da casa e a deixa sempre agradável.

Outras tecnologias também trouxeram praticidade, sem poupar o quebra-quebra geral. “A planta original foi modificada desde a iluminação no teto até a instalação do piso”, explica Letícia. No pé-direito, elas fizeram furos na laje para os pontos de luz, e toda a parte elétrica concentrou-se em uma calha no centro da sala. Note que não há gesso e rodapé. As portas de acesso são camufladas na parede porque os puxadores são singelas dobraduras na chapa.

No quesito limpeza visual também entra o piso, autonivelante e com pintura em tom cinza, para lembrar o concreto. É ele que unifica todos os espaços da casa, sem ao menos uma junta ou fresta exposta. A decoração foi outro item trabalhado com esmero: áreas de circulação pensadas para uma família que adora receber. E qualquer semelhança não é mera coincidência: peças de arte, móveis de madeira, cadeiras douradas e livros exclusivos foram trazidos da antiga morada na Itália, país natal dos moradores, curiosos pelo Brasil há 12 anos.
TEXTO Naélia Forato FOTOS Sidney Doll e Juliana Ayres Pina (estagiária) PRODUÇÃO Cristiane Alberto e Patricia do Lago (asistente) ART e Patricia Paiva

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