Viagra para Mulheres

Especialistas mostram prós e contras do medicamento que promete estimular a libido feminina
Por Maria Fernanda Schardong

Depois dos homens, chegou a vez das mulheres. O laboratório responsável pelo medicamento que promete estimular a libido feminina prepara a novidade para dezembro. Antes que a pílula vire uma febre, especialistas em sexualidade adiantam as possíveis contraindicações.
De acordo com a Dra. Sônia Dainese, diretora médica do laboratório alemão Boehringer Ingelheim, o medicamento surgiu por acaso. “A flibanserina, principal substância presente no remédio, foi desenvolvida para atuar como um antidepressivo. Após estudos clínicos mais detalhados, verificou-se que seu efeito antidepressivo não era estatisticamente significativo. Apesar dessa constatação, foi observado seu efeito na melhora do desejo sexual feminino o que, desde então, vem sendo objeto de novos estudos”, explica.
Segundo Demétrio Ortega, gerente médico do laboratório, o medicamento é indicado para mulheres que sofrem com a falta de desejo sexual. “Por agir sobre neurotransmissores no Sistema Nervoso Central, como a serotonina e, indiretamente, sobre a noradrenalina e dopamina, o remédio melhora os sintomas relacionados à Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo. Ou seja, a falta de libido por parte das mulheres”, esclarece o médico.
Na opinião do sexólogo Arnaldo Risman, pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas do Comportamento e Sexualidade (CEPCOS), antes de recorrer ao remédio, é importante identificar a origem do problema. “Sou a favor do uso consciente deste novo produto, assim como o do Viagra. Entretanto, buscar um sexólogo ou ginecologista é o mais indicado. É preciso saber o histórico sexual da mulher, como é sua relação com o sexo, e até mesmo, fazer um exame de sangue para verificar as taxas de hormônio”, ressalta ele.
Ainda em fase de testes, o produto não tem nome e preço definidos, embora sua previsão de lançamento seja para o final do ano. “Para o lançamento de nosso produto ainda faltam concluir alguns estudos que estão em andamento. Assim como o cumprimento de prazos e submissão de documentos para regularização do remédio”, explica Sônia.
Estresse, educação sexual rígida, a forma como a mulher lida com o sexo, sua intimidade com o parceiro. A relação a dois está suscetível a muitas variáveis e de ambos os lados, pondera Risman. Segundo ele, é preciso ter consciência das contraindicações. Por isso, antes de recorrer à pílula, na esperança de reaver sua vida sexual, ele recomenda que a mulher converse com o ginecologista. “Antes de sair atrás de remédios milagrosos, é preciso entender o que está acontecendo no corpo e na mente. Medicamentos como este podem causar dependência, desta forma, sua utilização deve ser feita em último caso e com indicação médica”, conclui Risman.
publicada em 07/08/2009
http://maisde50.uol.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7376

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